“É verdade que quem faz cirurgia na coluna nunca mais será o mesmo?” A ideia de que “quem faz cirurgia na coluna nunca mais será o mesmo” é um conceito que gera muito medo, mas precisa ser entendido de forma adequada e baseada em informações corretas.
Entendendo de onde vem esse mito
Essa percepção surgiu, principalmente, em épocas em que a cirurgia na coluna era realizada com técnicas mais invasivas, a reabilitação pós-operatória era limitada e os critérios de indicação nem sempre eram rigorosamente seguidos. Naquele contexto, de fato, havia uma incidência mais elevada de dores persistentes, rigidez ou necessidade de múltiplas reoperações.
Hoje, com o avanço das técnicas de cirurgia na coluna, da anestesia, da monitorização neurofisiológica intraoperatória e da medicina de reabilitação, os resultados mudaram profundamente.
O que dizem os dados científicos
Diversos estudos recentes mostram que:
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A maioria dos pacientes submetidos a cirurgia na coluna, quando bem indicada (como descompressões para hérnias de disco, artrodeses em casos de instabilidade ou próteses de disco em casos selecionados), apresenta melhora importante na dor, recuperação funcional e retorno às suas atividades habituais.
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Trabalhos como o SPORT Trial (Weinstein et al., Spine Patient Outcomes Research Trial) demonstraram que, em casos de hérnia de disco lombar sintomática, a cirurgia na coluna proporciona alívio de dor mais rápido e mais duradouro em comparação ao tratamento conservador isolado (Weinstein et al., JAMA, 2006).
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Em artrodeses lombares para espondilolistese, as taxas de satisfação com a cirurgia na coluna ultrapassam 80% em 2 anos de seguimento (Fischgrund et al., Spine, 1997).
Esses números reforçam que, na maioria dos casos bem conduzidos, a cirurgia na coluna não condena o paciente a uma piora, mas, ao contrário, abre a possibilidade de resgate da qualidade de vida.
A importância da indicação correta e do preparo
O principal fator determinante para o sucesso da cirurgia na coluna é a indicação adequada. Procedimentos realizados para o diagnóstico certo, no tempo certo e com a técnica apropriada tendem a gerar os melhores resultados.
Da mesma forma, a preparação do paciente — incluindo fortalecimento muscular pré-operatório, quando possível — e a reabilitação pós-operatória orientada são partes fundamentais para o retorno seguro e eficiente às atividades após uma cirurgia na coluna.
Considerações sobre limitações e expectativas
É importante compreender que:
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Em alguns tipos de cirurgia na coluna, como artrodeses (fusão de segmentos vertebrais), há perda de mobilidade no nível operado, o que é esperado e planejado.
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Essa limitação localizada, no entanto, não costuma impactar de forma relevante a movimentação global, especialmente se o restante da coluna for preservado e fortalecido adequadamente.
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Já nas técnicas de cirurgia na coluna que preservam o movimento, como a prótese de disco, o objetivo é manter o máximo possível da biomecânica natural.
O que pode limitar o paciente não é a cirurgia na coluna em si, mas a doença de base que levou à necessidade do procedimento e o grau de comprometimento funcional anterior.
Fazer uma cirurgia na coluna não é, necessariamente, uma sentença de limitação. Quando bem indicada, tecnicamente bem realizada e seguida por uma reabilitação adequada, a cirurgia na coluna pode ser um divisor de águas positivo na vida do paciente.
O acompanhamento próximo, o planejamento individualizado e a orientação clara sobre o pós-operatório são fatores fundamentais para que cada pessoa atinja o melhor resultado possível após uma cirurgia na coluna.
Estou à disposição para esclarecer todas as suas dúvidas de forma transparente e ajudá-lo a traçar o caminho mais seguro e eficaz para sua recuperação.
